Wednesday, May 21, 2008

Beijo de mãe cura a dor

Minha filha está na fase de descobertas. Ela levanta sozinha, abre gavetas e portas de armário e entre uma estripulia e outra ela se machuca. Até agora nada de grave aconteceu, mas ela já bateu com a porta de um armário de cozinha nos dedinhos e chorou muito. Eu instintivamente peguei sua mão e dei milhões de beijos. Logo ela parou de chorar. Uma amiga minha passa pomadinha em qualquer dodoí do filho dela. Há algum tempo eu estava comentando com ela que bateram no meu carro e ele falou: Mama, passa ada e bommmmm! Daí ela explicou que depois de melhorar de uma assadura, ele passou a usar o termo "pomada" para melhorar qualquer coisa.

Algumas mães dão sopros, outras beijos, e apesar de cientificamente comprovado que o beijo cura a dor, eu creio que qualquer carinho em bebê faz bem.

A matéria saiu no jornal "O Dia", clique aqui para ler no site, ou leia abaixo.


Ciência prova: beijo de mãe cura dor de filho

Carinhos em local dolorido diminuem chegada de impulsos elétricos do sofrimento no cérebro

Pâmela Oliveira

Rio - Com quase 2 anos de idade, a pequena Lívia Arydes arrisca passos cada vez mais rápidos. Entre uma brincadeira e outra, as quedas são inevitáveis. Nessas horas, a mãe da menina, Francilene Arydes, 37 anos, já sabe o que fazer: dá beijos no local do trauma para que a criança pare de chorar. O que Francilene não sabia é que a prática tem fundamento científico. Segundo o médico Ricardo Caponero, diretor do Instituto Simbidor, os beijos e carinhos da mãe no local dolorido diminuem a chegada de impulsos elétricos da dor no cérebro.

“O beijo da mãe não é sedativo, mas alivia a dor das crianças. Isso porque tanto as sensações boas quanto as ruins chegam no cérebro através dos mesmos nervos. Ou seja, quando a criança bate o joelho e a mãe dá um beijo ou faz carinho no local, dois estímulos diferentes estão chegando da mesma região ao cérebro: primeiro o de dor e logo depois o do carinho. Por isso, a dor é aliviada com o afago”, explica o médico do Hospital Israelita Albert Einstein.

PICADA DE ABELHA

O médico diz que o mecanismo é semelhante com o de alguém picado por abelha que coloca compressa de gelo para aliviar a dor. “Ou seja, a sensação térmica aliviaria a dor porque os impulsos elétricos provocados pelo gelo chegarão ao cérebro pelo mesmo nervo pelo qual passam os estímulos da dor.”

Caponero diz também que o beijo da mãe tem ainda um efeito placebo. Ou seja, quando a mãe diz à criança que vai dar um beijo e que a dor vai passar, a criança acredita nisso e essa confiança contribui para a diminuição da dor. “Sempre que Lívia cai, começa a chorar e fala ‘dodói, dodói’. Eu digo que vou dar beijinhos para passar a dor e ela pára de chorar”, diz Francilene. “Nunca pensei que pudesse ter alguma explicação científica para isso, mas sei que funciona”, conta a comerciante.

Caponero, que participou de um workshop sobre dor realizado pelo laboratório Wyeth, em São Paulo, quarta-feira, diz que a sensação de proteção também influencia. “Quando uma criança vai fazer um exame, por exemplo, fica mais calma com a presença da mãe ou do pai porque se sente mais protegida. Se vai sozinha, começa a sentir dor antes. A dor não é apenas um fenômeno mecânico e bioquímico do nervo. Ela tem conotação psicológica e social”.

A famosa ‘dor de cotovelo’ faz o corpo sofrer

Perder uma pessoa próxima, ter uma grande decepção ou descobrir que está sendo traído pode provocar dor física. Ou seja, a famosa dor de cotovelo dói no corpo, dizem especialistas .

“O nervo não recebe estímulos elétricos de dor, mas quem sente dor não é o nervo, é o cérebro. Ou seja, o sofrimento emocional causa dor”, afirma Caponero. “Até a postura da pessoa muda.”

Supervisor da Equipe de Controla da Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Irimar de Paula Posso garante que o corpo guarda a memória da dor. “Quando uma pessoa passa muito tempo com um sapato apertado e na semana seguinte coloca o mesmo calçado, não consegue continuar calçado por meia hora.Um estudo com torturados mostrou que o corpo guarda memória da dor quando há estímulos muito fortes. Encostaram fios elétricos sem eletricidade em pessoas que foram torturadas e elas tiveram a mesma sensação de choque da tortura”.

2 comments:

Cheers! Fla said...

Eu tbem encho a Victoria de beijos, mas nao sabia dessa pesquisa nao.

Sergio said...

Que bom que dá certo porque aqui em casa cada machucadinho recebe uma chuva de beijinhos e sempre acalmam.
Imagino que a Clara esteja igual a Luisa: é o dia todo aprontando alguma e quando eu finjo que estou brava ela me olha com a cara mais sapeca do mundo e continua mexendo onde não deve.

Marilena

Dani G. é mãe de Gabriël
24 horas por dia, 7 dias na semana.

Marcia H. é mãe de Clara
7 dias na semana, 24 horas por dia.


"Toda mulher que se permite ser mãe, da sua ou da carne alheia, descobre que o filho que depende do seu amor e da segurança que ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu."