Sunday, March 23, 2008

Cueiro ?

Como toda boa mãe de primeira viagem eu não tinha a menor idéia do que seria um cueiro. Depois me explicaram que era uma mantinha pra enrolar o bebê. Na maternidade o Gabs ficava no bercinho ao meu lado coberto por uma mantinha, mas não ficava enrolado. Em casa segui o mesmo método.

Hoje achei essa reportagem aqui embaixo, e achei interessante. Ja vi muito bebê enroladinho em cueiros por ai, principalmente no Brasil, mesmo com aquele calor de rachar. Me pergunto: -Mas não é muito quente ? Não usei esse método de enrolar o bebê para acalma-lo, mesmo pq o Gabs foi um RN quietinho, mas de repente é uma boa alternativa para acalmar os bebês. E você ? Fez uso do cueiro ?

Antiga técnica de enrolar bebê no cueiro ajuda a acalmá-lo e alivia cólicas

AMARÍLIS LAGE da Folha de S.Paulo

Toda mãe de primeira viagem já deve ter recebido da própria mãe, da sogra ou de qualquer outra mulher mais experiente na arte da maternidade uma dica certeira para aliviar a cólica do bebê e fazê-lo parar de chorar. Pois uma técnica muito popular há algumas décadas e esquecida pelas mães mais jovens pode, sim, ser eficaz: envolver o bebê no cueiro.

A técnica consiste em enrolar o bebê em uma mantinha, formando uma trouxinha que o mantenha imobilizado. "Eu nunca fiz, mas minha mãe e minha avó, sim. E queriam que eu fizesse também. Diziam que era mais fácil carregar o bebê com o cueiro. Até arrematavam a mantinha com fita crepe para não soltar", lembra a assistente administrativa Gisele de Moraes, 31, mãe de Lucas, 7, e de Letícia, de 25 dias.

Nos Estados Unidos, o pediatra Harvey Karp ganhou popularidade ao divulgar um método para acalmar bebês que resgata a técnica do cueiro. Em seu livro, publicado no Brasil com o título "O Bebê Mais Feliz do Pedaço" (Planeta), atualmente esgotado, ele defende que, para fazer o bebê parar de chorar, são precisos cinco passos (veja quadro abaixo), dos quais o primeiro é enrolá-lo em uma mantinha --o cueiro justinho faria com que o bebê se lembrasse da vida intra-uterina e se sentisse seguro e aquecido.

De acordo com o obstetra Luiz Fernando Leite, das maternidades Pro Matre e Santa Joana, o cueiro ajuda a diminuir as cólicas porque aquece o corpo do bebê, incluindo o intestino. Além disso, o calor remete o bebê ao ambiente do útero, no qual a temperatura costuma ser de aproximadamente 35ºC. "Imobilizada e quentinha, a criança relaxa, gasta menos energia, seu metabolismo diminui e ela fica calma", afirma Leite.

Em bebês prematuros, essa preocupação com a temperatura é ainda mais importante, já que, neles, o centro termorregulador ainda não é maduro o suficiente para manter a temperatura adequada, levando-os a ficar com o corpo mais frio. Algumas vezes, eles ficam "empacotados" mesmo dentro da incubadora. Quando atingem de 1,8 kg a 2 kg, porém, já são capazes de manter a temperatura corporal.

Segundo Fernanda Matilde Gaspar dos Santos, enfermeira encarregada da UTI neonatal da maternidade São Luís, a técnica costuma funcionar em bebês prematuros, mas nem todas as crianças reagem bem à idéia de ficar presas. "Quando o bebê está irritado, é preciso aconchegá-lo para que ele se acalme. Para alguns, ficar numa trouxinha ajuda, sim. Outros, porém, ficam ainda mais irritados. Não gostam de ser enrolados."

Ela diz que ensina aos pais a forma certa de enrolar os bebês, mas não recomenda que eles usem o cueiro em casa. "A criança tem de ficar livre para poder se movimentar", diz. Mesmo no hospital, segundo Santos, a técnica é usada em situações específicas. "Usamos só nos bebês que choram muito. Caso contrário, basta deixá-lo deitado com um lençol e uma coberta."

E, assim que o bebê se acalmar ou dormir, diz ela, é bom tirar o cueiro para que ele fique mais à vontade.

Cuidados

O cueiro não compromete o desenvolvimento motor da criança, mas é preciso tomar alguns cuidados. Um deles é manter a dobra do cueiro na altura do pescoço da criança --caso a dobra fique no alto da cabeça, por exemplo, o bebê pode "afundar" no cueiro e ter dificuldade para respirar. Outra recomendação é ficar atento à criança enquanto ela está enrolada. A fotógrafa Karime Xavier, autora das imagens dessa reportagem, conta que uma história clássica em sua família é a do dia em que ela foi parar no hospital devido ao cueiro -- com quatro meses de idade, ela se virou de bruços e, devido à manta que a imobilizava, não conseguiu levantar a cabeça para respirar.

"A idade é um fator importante", comenta Santos, da maternidade São Luís. "Com quatro meses, o bebê é muito ativo, já começa a se movimentar mais. Se estiver embrulhado e virar de bruços, não consegue desvirar ou levantar a cabeça. O cueiro pode ser utilizado para acalmar ou aquecer o bebê, nesse tipo de situação. No dia-a-dia, o melhor é deixar a criança à vontade", afirma.

1 comments:

Marcia H said...

minha filhota dorme melhor enroladinha como um charuto!

Dani, quase me acabo de chorar com o posting acima.
bj

Dani G. é mãe de Gabriël
24 horas por dia, 7 dias na semana.

Marcia H. é mãe de Clara
7 dias na semana, 24 horas por dia.


"Toda mulher que se permite ser mãe, da sua ou da carne alheia, descobre que o filho que depende do seu amor e da segurança que ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu."